Monitorização biológica e agentes químicos.
Paulo Roberto Pimenta
A preocupação em evitar o surgimento de doenças decorrentes da
exposição dos indivíduos a agentes químicos no ambiente de trabalho
conduzir à tomada de medidas de prevenção. Estas são a base da monitorização
biológica e consistem em verificar se a concentração destes agentes ou de seus
metabólitos no organismo dos trabalhadores esta dentro dos níveis estabelecidos
por órgãos governamentais ou pela comunidade científica.
Os
indicadores biológicos de exposição e os índices biológicos máximos permitidos
são determinados por meio de estudos epidemiológicos, experimentais e casos
clínicos.
Aqui
no Brasil, a Norma Regulamentada n.º 7 (NR-7) e a Portaria n.º 24 de 29 de
dezembro de 1994 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, estabelecem os
parâmetros biológicos para controle da exposição a agentes químicos . Conforme
esta Portaria todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como
empregados são obrigados a elaborar e implementar o Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional (PCMSO). O referido programa tem por objetivo promover e
preservar a saúde dos trabalhadores.
Esta
monitorização biológica complementa o monitoramento ambiental e a vigilância à
saúde, considerando-se que determina a exposição global diretamente no
indivíduo e detecta efeitos precoces e reversíveis, proporcionando uma melhor
estimativa de risco.
É bom
saber as Normas para a coleta de amostras
Urina:
Utilizar frascos limpos de polietileno ou vidro, conforme indicado para a
análise em questão, com tampa mosqueada e 100 ml de capacidade. O orifício
uretra e as mãos dos trabalhadores devem ser limpos, antes da coleta da
amostra, dando-se preferência ao banho completo. O primeiro jato de urina deve
ser desprezado. Coletar aproximadamente 100 ml de urina: caso não seja
possível, enviar no mínimo 50 ml para o laboratório.
Quando for indicado “coleta de final da jornada de trabalho”, a amostra deverá
ser obtida nas duas últimas horas da jornada diária.
Sangue
Limpar a pele antes da coleta da amostra. O paciente deve ficar sentado cerca
de 15 minutos antes da punção venosa e o torniquete deve ser evitado ou
utilizado o menor tempo possível. Não deve ser realizado exercício físico antes
da coleta. Enviar as amostras de sangue na própria seringa ou “vacutainer”.
Interpretação dos resultados
Na interpretação dos resultados deverão ser valorizados o exame clínico
e as análises toxicológicas por um especialista da área (médico do trabalho).
Os médicos deveriam ir ao local do trabalho do trabalhador (professor,
técnicos, alunos de pós-graduação, graduação, estagiário, etc). Só assim eles
saberão o que significa cada produto utilizado na área de pesquisa.
Os
resultados de um programa de monitorização biológica poderão ser interpretados
para os trabalhadores separadamente, se a variabilidade intraindividual do
indicador biológico em questão Não for muito elevada e se este possuir especificidade adequada. De outro
modo, os resultados deverão considerar o grupo como um todo. Neste caso, quando
apenas alguns indivíduos apresentarem valores elevados, o resultado
provavelmente será devido ao fato destes trabalhadores submeterem-se a uma
maior exposição em virtude de atividade diferenciada, hábitos de higiene ou
exposição não-ocupacional.
Deverão, ainda, ser considerados os interferentes de cada indicador biológico
mencionados nas monografias das substâncias químicas.
Toxicologia dos gases
Monóxido de carbono: Toxicidade:
A via
mais importante de absorção é a respiratória. O monóxido de carbono se
une a hemoglobina do sangue formando carboxihemoglobina, provocando hipóxia.
A
exposição crônica pode provocar efeitos decorrentes da hipóxia como cefaléia,
fadiga, náuseas, dificuldade respiratória e taquicardia.
Área de riscos:
Todos
profissionais das indústrias metalúrgica, siderúrgica, química, petroquímica,
laboratórios de pesquisas, ensino, também os trabalhadores de cervejarias,
mineiros, operadores de motores à combustão e soldas.
Indicador
biológico
Carboxihemoglobina no sangue.
O
exame de sangue heparinizado coletado no final da jornada de trabalho. Mínimo
de 5 ml em vacutainer. Pode-se realizar outra coleta no início da jornada de trabalho para calcular a
diferença entre pré e pós-jornada.
Este
exame são para todos os profissionais da área.
Conservação:
Guardar em geladeira
a 4º C, imediatamente após a coleta.
Valor de referência da normalidade: Até 1,0% para Não fumantes
(NR-7).
Índice biológico máximo permitido: 3,5% para não fumantes (NR-7).
Fumante – Interferentes:
O hábito de fumar eleva consideravelmente os níveis de
carboxihemoglobina no sangue. Deste modo, este parâmetro é indicado somente
para Não fumantes.
Os
indivíduos que fazem uso de clorpromazina podem ter os níveis de
carboxihemoglobina diminuídos.
Já fenobarbital e a fenitoína elevam o teor de monoxido de carbono.
A
metabolização do diclorometano e leva à formação de carboxihemoglobina.
Metais – Toxicologia
Arsênico (arsênio):
Pode penetrar no organismo por inalação dos seus vapores ou através da
pele. Os compostos trivalentes são corrosivos e o pentóxido de arsênio provoca
sensibilização da pele e dermatite de contato.
A
inalação provoca dores abdominais, mal estar geral, prurido, dor nas
articulações, perda gradual da força física, diarréia, coriza e
traqueobronquite leve.
A perfuração do septo nasal é comum. Há relatos de danos hepático e
miocárdico. O arsênico e certos arsenais são considerados carcinogênicos.
Riscos saúde:
Todos
os profissionais que trabalham nesta área de: fabricantes de inseticidas,
raticidas, herbicidas, cerâmicas, vidros, pigmentos, farmacêutica, metalúrgica
e petroquímica, aplicadores de pesticidas, etc. Além dos EPIs,
fazer todos exames médicos.
Indicador biológico: Arsênico na urina.
Exame médico:
Coletar a sua urina no final do último dia da jornada da semana. Mínimo de 100
ml, em frasco de polietileno. Recomenda-se iniciar a monitorização após
seis meses de exposição na área.
Valor de referência da normalidade: até 10µg/g creatinina (NR-7).
Índice biológico máximo permitido: 50 µg/g creatinina (NR-7).
Saúde – interferentes:
O arsênico é contaminante de vários alimentos (especialmente peixes e
crustáceos) e da água; portanto dieta e também as fontes não ocupacionais devem
ser avaliadas para melhor correlacionar os níveis urinários do arsênico com a
exposição no ambiente de trabalho.
Cádmio - Toxicidade
Penetra no organismo principalmente por via respiratória, causando irritação
pulmonar. Pode ser absorvido também por via digestiva. Em exposições
prolongadas pode causar anemia, anosmia e dificuldade para respirar; atua sobre
o sistema nervoso central e rins. É comum o aparecimento de um anel amarelado
no colo dos dentes, podendo causar também lesões ósseas. Possui ação
carcinogênica.
Risco dos profissionais da área:
Todos
os profissionais ou não que trabalham com cádmio, deveram ter muitos cuidados
com à saúde, principalmente nas fabricas de catalisadores, pigmentos para
tintas, reatores nucleares, baterias, amálgamas dentários, fungicidas e síntese
de chumbo tetraetila; soldadores, galvanoplastias, na industria fotográfica,
pesquisadores universitários, etc.
Riscos biológicos:
Exame; O cádmio na urina; indicador de dose interna para baixa exposição
ocupacional. Apresenta correlação com a concentração ambiental somente após 06
meses de exposição.
Recomendações: Recomenda-se iniciar a monitorização
após seis meses de exposição, mesmo usando os EPIs. Urina coletada após
exposição contínua de quatro semanas, sem afastamento maior que quatro dias.
Mínimo de 100 ml, em frascos de polietileno.
Conservação: Em geladeira a 4º C.
Valor
de referência da normalidade:: Até 2,0 µg/g creatinina (NR-7)
Índice biológico máximo permitido:: 5,0 µg/g creatinina (NR-7).
Pessoas fumantes: A concentração acumulada de cádmio
aumenta com a idade e é maior risco para os fumantes. Pessoas fumantes não
devem trabalhar com cádmio.
Chumbo: compostos inorgânicos.
Toxicidade:
As
vias de absorção do chumbo são respiratória, cutânea e digestiva, em relação à
exposição ocupacional, a via mais importante é a respiratória. Apresenta
efeito cumulativo no organismo. Intoxicações crônicas causam anemia, cefaléia,
fadiga, irritabilidade, distúrbios visuais, alterações sensoriais e renais,
além de dores nos ossos e músculos. Podem surgir dores abdominais semelhantes
ao quadro de abdômen agudo, acompanhadas de náuseas, vômitos e perda de peso.
Nas intoxicações agudas, ocorre cefaléia intensa, convulsões e delírios,
podendo provocar a morte.
Riscos biológicos; saúde:
Todos profissionais ou não da área, devem usar EPIs, principalmente os
de fundições e gráficas, pintores, soldadores, papilocopistas, cientistas da
universidades, industriais: plásticos, borrachas, tintas, baterias,
lubrificantes, fósforos, inseticidas, vidros e produtos de cerâmica, raspadores
ou lixadores de pinturas à base de chumbo.
- Ácido delta – aminolevulínico Na urina (ALA-U): indicador de efeito mais apropriado.
- Chumbo Na urina – utilizado no acompanhamento do tratamento clínico (quelação) da
intoxicação com chumbo inorgânico.
- Chumbo no sangue – melhor indicador de dose interna.
- Zincoprotoporfirina
(ZnPP) – correlaciona-se com o efeito tóxico e
demora a retornar aos valores normais após cessada em exposição.
- Exame ALA-U – urina coletada a partir de um mês de exposição. Não coletar amostrar
às segundas-feiras. Mínimo 50 ml em frasco de polietileno ou vidro âmbar.
- Chumbo urinário – Na avaliação da terapia com lentes, e enviar urina de 24 horas, de
cada dia em que é realizado o tratamento (quelação).
- Chumbo no sangue – sangue total coletado após exposição de um mês. Mínimo 10 ml, em
seringa plástica heparinizada ou (vacutainer).
- ZnPP – sangue coletado a partir do 1º mês de exposição. Mínimo 10 ml, em
seringa descartável heparinizada ou (vacutainer).
Armazenamento :
- Sangue: em geladeira a 4º
C. Quando as amostras não forem enviadas imediatamente ao laboratório,
conservá-las congeladas a –20º C em (freezer).
- Urina – em geladeira a 4º C.
- Obs. As amostras de sangue e urina para determinação de ALA-U e ZnPP devem
ser protegidas da luz.
Valores de referência da normalidade:
- ALA-U – até 4,5 mg/g creatinina (NR-7).
- Chumbo urinário – até 50µg/g creatinina (NR-7)
- Chumbo no sangue – até 40µg/100 ml (NR-7).
- ZnPP – até 40µg/ 100 ml (NR-7).
Índice biológico máximo permitido :
- ALA-U – 10 mg/g creatinina (NR-7).
- Chumbo urinário - 100µg/g creatinina (NR-7)
- Chumbo no sangue: 60-µg/ 100 ml
(NR-7)
- ZnPP – 100 µg/ 100 ml
(NR-7).
Interferentes:
O chumbo na urina depende da função renal e da ingestão de líquidos;
além disto, uma quantidade significativa do chumbo absorvido na exposição
crônica é excretada pelas fezes.
Chumbo tetraetila – toxicidade:
As principais vias de absorção do chumbo tetraetila são respiratória e
cutânea, podendo ocorrer também absorção pela ingestão. Em contato com a
pele e olhos pode causar prurido e queimaduras. As intoxicações crônicas
apresentam um quadro semelhante aquelas provocadas pelo chumbo inorgânico,
produzindo cefaléia, ansiedade, irritabilidade, insônia e distúrbios
gastrintestinais menores. Nas intoxicações agudas os sintomas mais evidentes
são as encefalopatias, dando origem a quadros de ansiedade, delírio,
alucinações, convulsões, podendo chegar ao coma e a morte.
Riscos saúde:
Todos
os trabalhadores da área de pesquisa, industria, armazenamento de combustíveis,
distribuição e transporte de produtos químicos, misturadores de combustíveis
para aviões e frentistas de posto, podem se contaminar, mesmo usando os EPIs
obrigatórios.
Exame biológico –indicadores:
- Chumbo na urina: Amostra
A urina coletada no final da jornada de trabalho, em frasco
de polietileno descontaminado. Pode-se fazer a diferença entre pré e
pós-jornada.
- Armazenamento – em geladeira a 4º C
- Valores de referência
da normalidade: até 50 µg/g creatinina (NR-7).
- Índice máximo
biológico permitido: 100-µg/g creatinina (NR-7).
- Obs.: O chumbo na urina
depende da função renal e da ingestão de líquidos; além disto uma quantidade
significativa do chumbo absorvido na exposição crônica é exercitada pelas
fezes.
Cromo hexavalente – toxicidade:
O cromo apresenta-se sob diversos estados de oxidação, entretanto
somente ao cromo VI (cromados) são atribuídos efeitos tóxicos para o homem.
Pode penetrar no organismo através da pele provocando dermatite de contato,
eczema alérgico e ulcerações características na pele exposta. No globo ocular
ocorrem conjuntivites e ceratites do epitélio superficial da córnea. As
exposições repetidas ao metal podem levar à perfuração do septo nasal, sendo
esta normalmente precedida por alterações do olfato e sangramento. Pode ocorrer
também rinite, laringite e pneumoconioses. A exposição crônica pode provocar
anemia severa. Além de danos renais e hepáticos.
A
exposição ocupacional ao cromo está associada, principalmente, ao câncer de
trato respiratório.
Riscos saúde:
Os profissionais da área; pesquisadores universitários, industriais da
fabricação de: aço inoxidável, explosivos, pigmentos minerais, tinturas para
fibras têxteis, pilhas elétricas, síntese de fármacos, fotográfica, litografia
e imprensa, etc.
- Indicador biológico: cromo na
urina.
- Exame da amostra: Urina coletada no
final do último dia da jornada semanal. Mínimo 50 ml, em frasco de polietileno.
- Conservação: A amostra é
guardada em geladeira a 4º C.
- Valor de referencia
da normalidade: até 5,0 µg/g creatinina (NR-7).
- O índice máximo
permitido biológico: 30-µg/g creatinina (NR-7).
- Obs.; A determinação do
cromo na urina de final da jornada de trabalho é um bom indicador da exposição
recente, desde que seja avaliado o teor na urina coletada antes do início da
jornada, pois o cromo urinário também é influenciado por exposições antigas.
Flúor e fluoretos – toxicidade:
As principais vias de absorção são a digestiva e a respiratória. A exposição
aguda desencadeia um processo irritativo na pele e mucosas, acompanhado
por dor, gosto metálico, vômitos, diarréia e hematêmese. Pode ocorrer também
tetania, hiperreflexia, parestesias, convulsões e depressão do sistema nervoso
central. A intoxicação crônica é caracterizada por osteoesclerose e fluorose
dental.
Risco saúde:
Todos os profissionais envolvidos no tratamento de água e na fabricação
de vidros, aço, inseticidas, fertilizantes, cerâmica, lâmpadas, borrachas e
aferição de instrumentos; soldadores, pesquisadores científicos,
universitários, industriais: metalúrgica e química, mineiros.
Indicador biológico:
- Fluoreto Na urina:
- Exame da sua amostra: Urina coletada no início e no final da quarta jornada de trabalho
semanal, no mínimo 50 ml, em frasco de polietileno ou vidro descontaminado.
- Conservação: Adicionar 0,2g
de EDTA e conservar em geladeira a 4º C.
- Valor de referência
da normalidade: Até 0,5 mg/g creatinina (NR-7).
- Índice máximo
biológico permitido: 3-mg/g creatinina (NR-7), no início da
sua jornada de trabalho. E 10mg/g creatinina (NR-7) – no final da
sua jornada de trabalho.
- Obs.; Água e dieta são fontes não ocupacionais de fluoretos.
Mercúrio inorgânico: toxicidade:
A principal via de absorção é a respiratória. A exposição aguda dano
respiratório severo, enquanto a crônica está associada principalmente a
alterações do sistema nervoso central. Pode provocar ainda inflamação das
gengivas, queda de dentes, salivação em excesso e lesões de pele. O mercúrio é
também absorvido pela via cutânea, podendo causar irritação, edema e pústula
ulcerosa nas extremidades dos dedos.
Risco saúde:
Todos os profissionais da área envolvidos em pesquisas universitárias, extração
e tratamento de minerais de ouro , prata, manufatura de amálgamas, fabricação e
reparo de aparelhos de medidas e de laboratórios, fabricação de lâmpadas
incandescentes, válvulas de rádio, tubos de raio X, baterias, curtumes, e
profissionais da odontologia.
Exames biológico:
O mercúrio na urina. Fazer coleta da amostra de urina pela manhã, após doze
meses de exposição. Colher 100 ml em frasco de vidro ou polietileno previamente
descontaminado. Guardar em geladeira a 4ºC. No caso de previsão de demora no
envio ao laboratório, utilizar frasco com conservante (persulfato de potássio,
na proporção de 0,1g/ 100 ml de urina).
Valor de referência da normalidade: até 5 µg/g creatinina (NR-7).
Índice biológico máximo permitido: 35 µg/g creatinina (NR-7).
Obs.; Os frascos de coleta devem ser submetidos a um tratamento químico
antes da coleta para evitar que o mercúrio seja absorvido. Frascos de vidro são
mais recomendados do que de polietietileno.
Toxicologia dos pesticidas
Organofosforados e carbamatos – toxicidade:
A absorção se dá por todas as vias uma vez que são, em sua maioria,
líquidos e altamente lipossolúveis. São inibidores da colinesterase, sendo que
a exposição excessiva a estes pesticidas provoca um quadro de intoxicação
colinérgica. Os pesticidas organofosforados são inibidores irreversíveis da
acetilcolinesterase, enquanto os carbamatos são inibidores reversíveis.
Risco saúde:
Todos os profissionais desta área; pesquisadores científicos, universitários,
industriais, manipuladores e aplicadores de pesticidas e agricultores, etc.
Indicador biológico:
Acetilcolinesterase eritrocitária: melhor relacionada à inibição da
enzima celebral. Demora mais a retornar aos níveis normais, sendo indicada na
avaliação de exposições crônicas.
Colinesterase plasmática: após a exposição aguda é a
primeira a ser afetada.
Exame – amostra: Sangue total heparinizado, coletado após exposição
mínima de quatro semanas. Mínima de quatro semanas.. Mínimo 5 ml em seringa
plástica descartável ou vacutainer.
Conservação: Guardar em geladeira
a 4ºC, imediatamente após a coleta. Enviar ao laboratório em um prazo máximo de
12 horas.
Valor de referência da normalidade: Determinar a atividade
pré-ocupacional.
Índice biológico máximo permitido:
Acetilcolinesterase eritrocitária: Depressão de 30% em relação a atividade inicial da enzima (NR-7).
Colinesterase plasmática: Depressão de 50% de
25% em relação a atividade inicial das enzimas (NR-7).
Obs.; Interferentes:
A inibição da acetilcolinesterase pelos carbamatos é reversível, desta forma
sua determinação não serve para avaliar a intensidade da intoxicação crônica e
tampouco é empregada como método de prevenção.
Alterações da função hepática podem diminuir significativamente os níveis de
colinesterase sérica.
Pentaclorofenol – toxicidade:
As principais vias de absorção são a inalatória e a dérmica. A
intoxicação aguda provoca tosse, rinorréia, lacrimejamento, taquicardia,
taquipnéia, hipertermia, fraqueza, cefaléia, delírio, sede e dor abdominal. Na
intoxicação crônica ocorre hipertermia, sudorese aumentada, rubor facial e
perda de peso.
Risco saúde:
Todos os pesquisadores universitários, industriais, manipuladores, aplicadores
de inseticidas, desfoliantes, herbicidas e preservantes de madeira, agricultores,
moveiros, têxtil e de tintas, etc. Prestar bastante atenção com algum
sintoma na tua saúde mesmo você usando todos os EPIs, é bom ficar atento com os
primeiros sintomas.
Pentaclorofenol na urina:
Coleta da sua amostra: Coletar sua urina no
início da última jornada semanal. Mínimo 50 ml em frasco de vidro quimicamente
limpo com tampa mosqueada revestida de teflon. Para conservação. Adicionar 3
gotas de ácido clorídrico concentrado e congelar a –20ºC, imediatamente após a
coleta.
Valor de referência da normalidade: geralmente não encontrado na urina de
indivíduos não expostos ao produto.
Índice máximo biológico permitido: 2 mg/g creatinina.
Obs., interferentes: Hexaclorobenzeno, bifenilas policloradas, diuron
e exposição não-ocupacional aumentam os níveis de pentaclorofenol detectados.
Toxicolologia dos solventes e vapores:
Anilina – toxicidade:
A absorção ocorre principalmente pelas vias respiratória e cutânea. Produz
hipóxia devido à formação de metahemoglobina. Produz hipóxia à formação de metahemoglobina.
Atua como depressor do sistema nervoso central e, nas exposições crônicas, pode
produzir lesão de córnea, cefaléia, debilidade, irritabilidade, sonolência,
dispnéia e perda dos sentidos.
Riscos biológicos
Todos os profissionais da área; pesquisadores cientifico universitários,
industriais têxtil, química, farmacêutica, pigmentos, corantes, tintas,
plásticos, perfumes, desinfetantes, produtos para fotografia, síntese da
acetanilida e fenacetina, curtumes e tipografia, etc. Tem que usar os IPIs
indicado e prestar
Bastante atenção, si sentir algum sintoma diferente.
Para-aminofenol na urina e/ou metahemoglobina no sangue.
Exame – amostra:
Para-aminofenol: Na urina coletada no final da jornada de
trabalho. Mínimo de 50 ml em frasco de vidro âmbar ou de polietileno.
Recomenda-se evitar a primeira jornada da semana.
Metahemoglobina: no sangue total heparinizado, coletado ao final
da jornada de trabalho. Mínimo de 10 ml em seringa plástica ou vacutainer. Pode
ser feita a diferença entre pré e pós-jornada.
Obs. Guardar o para-aminofenol dentro da geladeira a 4ºC. Também a metahemoglobina , com a mesma temperatura de 4ºC. Estas
amostras devem ser enviada ao laboratório imediatamente após a coleta no setor
de trabalho.
Valor de referência da normalidade:
Para-aminofenol: geralmente não encontrado na urina de
trabalhadores não exposto ao produto.
Metahemoglobina: até 2,0% (NR-7)
Índice máximo biológico permitido:
Para-aminofenol: 50,0 mg/g creatinina (NR-7)
Metahemoglobina: 5,0% (NR-7).
Obs. O para-aminofenol: em exposições a baixas concentrações
de anilina existe uma pequena excreção do metabólico, não sendo possível
diferenciar a população exposta da não-exposta. Recomenda-se utilizar a
determinação do p-aminofenol urinário apenas na avaliação da exposição de grupos de trabalhadores.
Obs. Já nitrobenzeno e fenacetina, aumentam consideravelmente a
concentração de p-aminofenol urinário.
Obs. Metahemoglobina: É também um indicador de exposição de outros
amino ou nitrocompostos e de certos fármacos. Como a metahemoglobina aparece no sangue
mais tardiamente que o p-aminofenol na urina e a determinação de baixas concentrações de metahemoglobina apresenta algumas dificuldades, o p-aminofenol urinário é mais apropriado como indicador da exposição à anilina.
Diclorometano (cloreto de metileno) – toxicidade:
O diclorometano é facilmente absorvido pela via respiratória e também
pela pele. É um depressor do sistema nervoso central e irritante de mucosas.
Produz monóxico de carbono no organismo, o que impossibilita o transporte do
oxigênio para os tecidos, provocando hipóxia. Possui potencial mutagênico.
Risco saúde:
Todos os profissionais da área como pesquisadores científicos,
universitários, industriais de filmes fotográficos, fibras sintéticas, agentes
de refrigeração, prepotentes de aerossóis, removedores de tintas, fumigantes
agrícolas, trabalhadores envolvidos na extração de substâncias naturais como
óleo vegetais, cacau e cafeína, auxiliar de limpeza de motores, etc. Além do
uso de EPIs, devem prestar atenção em sintomas da saúde e procurar um médico do
trabalho .
Exames biológicos:
Carboxihemoglobina no sangue: amostra de sangue
total heparinizado, coletado no final da jornada de trabalho. Mínimo de 5 ml em
seringa plástica ou vacutainer. Pode ser feita a diferença entre pré e
pós-jornada. Guardar em geladeira a 4ºC, imediatamente após a coleta.
Valor de referência da normalidade: até 1,0% para Não fumantes (NR-7).
Índice biológico máximo permitido: 3,5% para não fumantes (NR-7).
Obs. Interferentes: Esforço físico realizado durante a exposição ao
diclorometano aumenta o teor de carboxihemoglobina no sangue.
A biotransformação do diclorometano em monóxido de carbono é inibida pelo
tolueno e por álcoois, diminuindo a concentração da carboxihemoglobina.
O hábito de fumar eleva consideravelmente os níveis de carboxihemoglobina no
sangue. Deste modo, este parâmetro é indicado somente para não fumantes.
Dimetilformamida: toxicidade:
As principais vias de absorção são a respiratória e a térmica.
Manifestações gerais como náuseas, vômitos, anorexia, hepatomegalia, icterícia
e insuficiência hepática são descritas na literatura.
Risco saúde:
Todos profissionais desta área como pesquisadores cientifico
universitários, industriais, química, têxtil, plásticos, acrílico e
laboratoristas, etc. Todos tem que usar os EPIs e fazer os exames corretos.
N-metilformamida na urina: coletar a sua amostra de urina do
final da jornada de trabalho, coletada em frasco de polietileno. Guardar em geladeira
a 4ºC para conservação.
Valor de referência da normalidade: geralmente Não encontrada na urina de
indivíduos não expostos.
Índice máximo biológico permitido: 40 mg/g creatinina (NR-7).
Obs. Interferentes: O álcool etílico
interfere no metabolismo da dimetilformamida.
Dissulfeto de carbono: toxicidade:
O dissulfeto de carbono pode ser absorvido pelas vias respiratória e
cutânea. Atua a nível de sistema nervoso central e sistema nervoso periférico
provocando cefaléia, fraqueza muscular, parestesias, psicose, tontura e
neuropatia. Pode ocorrer também anorexia, disfagia, gastrite elisão hepática.
Existem relatos de insuficiência renal, perda auditiva e agravamento das
patologias coronarianas.
Risco saúde:
Todos os trabalhadores desta área como: pesquisadores cientifícos,
universitários, indústrias têxtil, química, de tintas, resinas, borrachas,
plásticos, inseticidas e extração de óleos vegetais, auxiliares de limpeza de
peças e galvanoplastia, etc.
Além dos riscos, devem usar todos EPIs e fazer os exames de saúde.
- Ácido
2-tio-tiazolidina na urina. Coletar a sua amostra no final da jornada de
trabalho.. Mínimo 50 ml em frasco de polietileno. Guardar em geladeira a 4ºC
para conservação.
- Valor de referência
da normalidade: Geralmente não encontrado Na urina do indivíduo não exposto ao produto
da área.
- Índice biológico
máximo permitido: até 5 mg/g creatinina (NR-7).
Estremo – toxidade:
A principal via de absorção é a respiratória, porém também pode ocorrer
penetração pela pele. Em uma intoxicação aguda, o estireno atua principalmente
sobre o sistema nervoso central, mas a exposição crônica está relacionada ao
câncer ocupacional. Os riscos são grande mesmo usando os EPIs.
Riscos saúde:
Todos os trabalhadores desta área como: pesquisadores universitários,
industriais petroquímica, têxtil, de colas, resinas, isolantes, agentes
emulsionantes,, borracha, polistes, síntese orgânica, resinas e tintas,
misturadores de combustíveis de aviões, moldadores de fibra de vidro,
profissionais envolvidos na manufatura de cerâmica e de revestimentos
protetores.
. O ácido mandélico e ácido fenilglixílico na urina. Fazer uma coleta de sua
urina no final da jornada de trabalho, exames obrigatório e ter um controle.
- Mínimo 50 ml, em
frasco de polietileno, guardar em geladeira a 4ºC, até ser enviado ao
laboratório para analise.
- Valor de referência
da normalidade: geralmente não encontramos na urina de indivíduos não expostos ao
produto.
- Índice biológico
máximo permitido:
- Ácido mandélico: 0,8 g/g creatinia
(NR-7).
- Ácido fenilglixílico: 240 mg/g creatinia
(NR-7).
- Obs. interferentes: A exaustão de veículos a motor, fumaça de cigarro e
outros processos envolvendo combustão e pirólise são fontes de emissão. O
consumo de álcool altera a biotransformação do estireno.
Etilbenzeno – toxicidade:
A principal via de absorção é a respiratória. Na forma líquida pode
penetrar através da pele. Tem ação irritante e o contato repetido pode provocar
dermatite, diminuição das habilidades manuais e prolongamento do tempo de
reação. A exposição aguda pode produzir irritação das vias aéreas superiores
seguida de narcose, calafrios e parada respiratória.
Riscos saúde:
Todos os trabalhadores desta área, como pesquisadores científicos,
universitários, industriais petroquímica, têxtil, de colas, resinas, isolantes,
agentes emulsionantes, borracha, poliéster, síntese orgânica, resinas e tintas;
misturadores de combustíveis de aviões, moldadores de fibra de vidro,
profissionais envolvidos na manufatura de cerâmica e de revestimentos
protetores. Os cuidados devem ser bastante rigoroso e usando os EPIs adequado.
- O ácido mandélico no
seu organismo. Coletar amostra de urina do trabalhador
no final da jornada semanal. Mínimo 50 ml, em frasco de polietileno e guardar
em geladeira a 4ºC até levar para exame clinico.
- Valor de referência
da normalidade: geralmente Não encontrado Na urina de indivíduos não expostos ao
produto.
- Índice biológico
máximo permitido: até 1,5 g/g creatinina (NR-7).
- Obs – interferentes: A exaustão de veículos a motor, fumaça de cigarro e
outros processos envolvendo combustão e pirólise são fontes de emissão. O
consumo de álcool altera a biotransformação do etilbenzeno.
Fenol - toxidade:
O fenol é facilmente absorvido através das mucosas e da pele. Como é
corrosivo pode causar severa ulceração e queimaduras de até terceiro grau e,
após exposições repetidas, pode desenvolver uma despigmentação localizada.
Os efeitos sistêmicos podem ocorrer como conseqüência de qualquer via de
exposição e, em casos graves de intoxicação aguda e crônica, incluem
transtornos digestivos, disfunção do sistema nervoso, palidez, sudorese,
cefaléia, vertigens e fraqueza. Lesão renal tem sido igualmente descrita.
Risco saúde:
O fenol na urina do indivíduo. Coletar amostra da urina no final da jornada de
trabalho. Mínimo 50 ml, em frasco de polietileno ou vidro com capacidade para
100 ml, com tampa mosqueada e quimicamente limpo. Pode ser feita a diferença
entre pré e pós-jornada. Guardar em geladeira a 4ºC. Até ser enviado para o
laboratório clinico.
- Valor de referência
da normalidade: até 20 mg/g creatinina (NR-7).
- Índice biológico
máximo permitido: 250-mg/g creatinina (NR-7).
- Obs. – interferentes:
- Medicamentos à base
de fenilsalicilatos e fenilsulfonatos e o benzeno. Distúrbios gastrintestinais
interferem nos níveis de fenol urinário.
- Recomenda-se que o
fenol urinário seja utilizado na avaliação de grupos de trabalhadores, devido à
grande variação intra e inter-individual. Um modo de contornar este problema é
coletar amostras antes e no final da jornada de trabalho.
Metanol – toxicidade:
A exposição ocupacional decorre principalmente da exposição aos vapores
de metanol, havendo absorção por via respiratória e cutânea. Pode provocar
depressão do sistema nervoso central, lesão do nervo óptico e acidose.
Entretanto, estes efeitos resultam principalmente da ingestão. O contato com o
líquido pode provocar dermatite leve.
Risco saúde:
Todos os profissionais da área como: pesquisadores científicos universitários,
industrial de calçados, fotográfica, petroquímica, de corantes, esmaltes,
tintas, vernizes, acrílicos e síntese orgânica ;frentistas de posto,
trabalhadores de fundições, mecânicos, curtumes, etc. O uso de EPIs e fazer
exames clínicos.
- O metanol Na urina do
indivíduo. Coletar amostra de urina no final da jornada de trabalho. Se a
exposição não for homogênea ao longo da jornada de trabalho, ocorrendo picos de
exposição, recomenda-se recolher urina de duas em duas horas, ou tomar duas ou
três amostras durante a jornada e determinar a concentração média. Mínimo 50
ml, em frascos de vidro com rolha esmerilhada. Pode ser feita a diferença entre
pré e pós-jornada.
- Conservação: Guardar em
geladeira a 4ºC, imediatamente após a coleta.
- Valor de referência
da normalidade: até 5,0 mg/l (NR-7).
- Índice biológico
máximo permitido: até 15 mg/l (NR-7).
- Obs. – interferentes:
- A ingestão de bebidas
alcoólicas aumenta a concentração de metanol urinário.
- A concentração
urinária do metanol e sua velocidade de excreção aumentam Durante a exposição,
atingido um nível máximo ao final da jornada de trabalho. E alguns casos, no
entanto, devido a uma rápida exposição a altas concentrações de vapores no
início do trabalho, o máximo de excreção pode ocorrer no meio da jornada.
Metil-Etil-Cetona – toxicidade:
Suas principais vias de absorção são a inalatória e a dérmica. Ela provoca
manifestações irritavas da pele e mucosas (dermatites) e a exposição a altas
concentrações pode provocar cefaléia e narcose.
- Ocupações de risco: todos os
profissionais da área de pesquisa, universitários, industriais de calçadistas,
moveleira, química, tintas, beneficiamento de madeira e petroquímica,
trabalhadores de gráficas e curtumes, pintores, etc. Uso obrigatório de EPIs e
fazer os exames clínicos.
- Indicador biológico: O metil-etil-cetona
Na urina. Coletar amostra de urina do indivíduo no final da jornada de trabalho.
Mínimo 50 ml, em frasco de polietileno ou vidro, com tampa mosqueada e
quimicamente limpo.
- Conservação: Guardar em
geladeira a 4ºC, imediatamente após a coleta, até levar para o laboratório de
analise.
- Valor de referência
da normalidade: geralmente não encontrado na urina de indivíduos não expostos ao
produto.
- Índice biológico
máximo permitido: até 2,0 mg/l (NR-7).
- Obs. – interferentes: O n-hexano interferes na metabolização da
metil-etil-cetona.
N-Hexano: toxicidade:
As principais vias de absorção são a inalatória e a térmica. Pode
provocar irritação térmica (eritema e hiperemia) e das vias aéreas superiores
(tosse e dificuldade respiratória). É depressor do sistema nervoso central e a
exposição crônica pode provocar neuropatia periférica, diminuição da memória e
da função visual, confusão mental e tonturas.
Ocupação de risco:
Todos os profissionais da área como: pesquisadores científicos,
universitários, indústrias de têxtil, moveleira, calçadista, petroquímica e de
tintas, colas, pneus, borracha, plásticos, polidores e síntese orgânica,
trabalhadores de tipografias e lavanderias, distribuição e transporte do
produto.
- Indicador biológico: até 2,5 – hexanodiona na urina do indivíduo.
- Coletar amostra da
urina do indivíduo no final da jornada de trabalho.
- Mínimo 50 ml, em
frasco de polietileno.
- Conservação: congelar
imediatamente após a coleta.
- Valor de referência
da normalidade: geralmente não encontrado na urina de indivíduos não expostos (NR-7).
- Indicador biológico
máximo permitido: até 5,0 mg/g cretiniza (NR-7).
- Interferentes: o
metil-butil-cetona, metil-etil- cetona e tolueno alteram a excreção de 2,5-
hexanodiona.
Nitrobenzeno – toxicidade:
O nitrobenzeno pode ser absorvido pelas vias respiratória e cutânea.
Atua como depressor do sistema nervoso central e apresenta ação
metahemoglobinizante, provocando cianose. Em exposições crônicas pode produzir
irritação ocular, lesões de baço e fígado e quadros de anemia.
Risco saúde:
Todos os profissionais da área como pesquisadores, indústriais de explosivos,
tintas, polidores, sítese de substâncias orgânicas, corantes à base de anilina.
Usar os EPIs recomendados pela norma (NR-7).
- Indicador biológico: o
metahemoglobina no sangue. Coletar amostra do inivíduo, sangue total
heparinizado durante ou ao final da jornada de trabalho. Mínimo de 10 ml
seringa plástica ou vacutainer. Pode ser feita a difereença entre pré e
pós-jornada.
- Conservação: Guardar em
geladeira a 4ºC. As amostras devem ser enviadas imediatamente ao laboratório.
- Valor de referência
da noramlidade: até 2,0% (NR-7).
- Índice biológico
máximo permitido: até 5,0% (NR-7).
- Interferentes: a metahemoglobina
também indica a exposição à anilina, outros amino compostos e certos fármacos.
Tetracloroetileno; 1,1,1-tricloroetano e tricloroetileno – toxicidade:
São absorvidos por via respiratória e cutânea e possuem ação irritante e
depressora do sistema central. O tetracloroetileno possui toxicidade hepática e
renal e pode produzir irritação ocular e nasal. De acordo com a exposição, o
1,1,1-tricloroetano determina conjuntivite moderada e o tricloroetileno instala
neuropatia periférica.
Risco saúde:
Pesquisadores cientificos, pintores, laboratoristas, indústriais de
ceras, solventes, sabões, graxas, corantes, descolorantes, solventes, perfumes,
medicamentos antihelminticos, anestésicos, resinas, borracha, papel, fumo e
calçados, profissionais de gráficas e lavanderias de limpeza a seco,
trabalhadores envolvidos com processos de galvanoplastia, fumigação, limpeza de
peças, vidros e lás, etc. Usar os EPIs indicado pela norma.
- Indicador biológico :
- O tetracloroetileno: ácido tricloroacético na urina do indivíduo.
- O 1,1,1-tricloroetano
e tricloroetileno: o tricloro-compostos totais na urina.
- Coletar - amostra:
- Tetracloroetileno: a urina coletada no
início da última jornada semanal. Mínimo 50 ml, em frasco de polietileno.
- 1,1,1-tricloroetano-e
tricloroetileno: urina coletada após o
final do último dia de jornada semanal. Mínimo 50 ml, em frasco de polietileno.
- Conservação: guardar em
geladeira a 4ºC.
- Valor de referência
da normalidade: geralmente não encontrado na urina de indivíduos não expostos ao
produto.
- Índice biológico
máximo permitido: tetracloroetileno: 3,5 mg/l (NR-7). 1,1,1-tricloroetano: 40 mg/g
creatinina (NR-7). Tricloroetileno: 300 mg/g creatinina (NR-7).
- Interferentes: O indicador
biológico não é específico, já que outros compostos clorados produzem os mesmos
metabólitos e que há grande variação interindividual no seu metabolismo.
- Obs. O consumo do álcool
pode reduzir em excreção does metabólitos, devido à diminuição da sua
biotransformação.
Tolueno – toxicidade:
O tolueno penetra no organismo principalmente por via respiratória ,
Onde atua como irritante. Sua ação predominante é depressão do sistema
nervoso central. Manifestações sistêmicas decorrentes da exposição cutânea a
vapores de tolueno são pouco prováveis. O contato prolongado com a pele provoca
ressecamento, fissuras e dermatites.
A exposição crônica pode causar distúrbios psíquicos e doenças neurológicas. Na
literatura existem relatos de casos de anemias que reverterem após cessada a
exposição dos indivíduos com o produto.
Risco saúde:
Os profissionais das indústria metalúrgica, calcados, movelaira,
petroquímica, perfumes, sacarina, tintas, vernizes, resinas, colas,
pesquisadores científicos, trabalhadores de curtumes, gráficas e serigrafias,
pintores, sapateiros, laboratoristas, misturadores de combustíveis para aviões,
laminadores, mecânicos, trabalhadores envolvidos na limpeza de pecas, etc. Usar
EPIs recomendado pela norma de segurança.
- Indicador biológico: o ácido hipúrico Na
urina does indivíduo.
- Amostra: Coletar a urina no
final da jornada de trabalho. Mínimo 50 ml, em frasco de vidro âmbar ou de
polietileno. Pode-se fazer a diferença entre pré e pós-jornada de trabalho.
- Conservação: guardar em
geladeira a 4ºC.
- Valor de referência
da normalidade: até 1,5 g/g creatinina (NR-7).
- Índice biológico
máximo permitido: até 2,5 g/g creatinina (NR-7).
Interferentes:
A maior utilização do ácido hipúrico como indicador biológico é na avaliação da
exposição de grupos de trabalhadores. Sua aplicação como indicador de exposição
individual ao tolueno é limitada a exposições elevadas ou moderadas, já que
seus níveis endógenos são altos.
O ácido hipúrico é também metabólito de alimentos que contenham ácido benzóico
e seus precursores (ameixa, pêssego, café) ou conservantes à base de benzoato
(bebidas e enlatados). Medicamentos com os princípios ativos fenoprobamato,
isocarboxazida, dietilpropiona e salicilatos ou drogas, como a cocaína, irão
provocar um aumento nas concentrações de ácido hipúrico na urina. As mulheres
apresentam níveis urinários mais elevados devido à maior concentração endógena.
O álcool combinado ao fumo diminui sua concentração na urina.
O n-hexano interfere na metabolização do tolueno.
Xilenos – toxicidade:
A principal via de penetração é a respiratória, mas também são
absorvidos através da pele íntegra nas formas líquida e de vapor. Exercem ação
tóxica sobre o sistema nervoso central e fígado, sendo ainda irritantes para as
mucosas, pele e olhos. A exposição crônica da pele provoca fissuras e
dermatites. Os distúrbios hematológicos encontrados são anemias, com diminuição
da hemoglobina e das emacias.
Risco saúde:
Os profissionais de gráficas, pesquisadores científicos, industriais
petroquímica, têxtil, moveleira, tintas, fibra de vidro, laca, colas, couro,
borracha, trabalhadores responsáveis pelo desengraxamento de peças e pela
aferição de equipamentos de laboratórios, misturadores de combustíveis para
aviões, pintores, etc.
- Indicador biológico: o ácido metil-hipúrico na urina does indivíduo.
- Coleta de amostra: urina coletada no final da jornada de trabalho. Mínimo 50 ml, em frasco
de vidro âmbar ou de politileno.
- Conservação: guardar em geladeira a 4ºC.
- Valor de referência
da normalidade: geralmente não encontrado na urina do
indivíduos não expostos ao produto.
- Índice biológico
máximo permitido: até 1,5 g/g creatinina (NR-7).
Interferentes:
O álcool diminui a biotransformação dos xilenos, alterando significativamente
a concentração de ácido metil-hipúrico na urina do indivíduo.
Glossário:
- Indicador biológico: compreende todo e
qualquer agente químico ou seus produtos de biotransformação, assim como
qualquer alteração bioquímica, cuja detecção no ar exalado, fluidos ou tecidos
avalie em intensidade da exposição, absorção, acumulação ou efeito do agente
químico.
- Indicador biológico
de dose interna: indicador biológico que avalia a quantidade da substância nos locais
de ação tóxica.
- Indicador biológico
de exposição: indicador biológico que estima indiretamente o grau de exposição,
desde que os teores do agente químico em amostras biológicas sejam
estreitamente relacionados aos seus níveis em amostras ambientais.
- Índice biológico
máximo permitido: valor máximo do indicador biológico para o qual se supõe que a maioria
das pessoas ocupacionalmente expostas não corre risco de dano à saúde. A
ultrapassagem deste valor significa exposição excessiva.
- Monitorização
biológica: medida e avaliação de agentes químicos ou produtos de biotransformação
nos tecidos, secreções, excreções ou qualquer combinação destes para estimar em
exposição e o risco à saúde, por comparação com uma referência apropriada.
- Monitorização
biológica de efeito: medida e avaliação de efeitos biológicos precoces, para os quais não
foi ainda estabelecida relação com prejuízos à saúde, em trabalhadores
expostos, para estimar a exposição e/ou riscos para a saúde quando comparados
com uma referência apropriada.
- Valor de referência
da normalidade: valor possível de ser encontrado em populações não expostas
ocupacionalmente.
Referências bibliográficas:
BRASIL. Portaria n.º 24, de 29 dezembro de
1994. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, n.248,30
dez. 1994. Seção 1.
CARDONA, Antônio, et al. Biological monitoring of occupacional exposure to
n-hexane by measurement of urinary 2,5-hexanedione. Inernational Arhives Ocupational Environmental Health. V.65,
n.a1,p.71-74. 1993.
CARVALHO, Wilson. Toxicologia do
n-Hexano: Exposição Ocupacional e Riscos para Saúde. Salvador: Hospital São
Rafael, 1993.
CHASIN, Alice, Pedrozo,
Maria, Silva, E. Fatores que interferem nos resultados das análises
toxicológicas dos indicadores biológicos do monóxido de carbono. Revista
brasileira de Toxicologia, V. 7, n. ½, p.15 – 22. 1994.
FISCHER, Marina, Gomes, Jorge, Colacioppo, Sérgio. Típicos de saúde do
trabalhador. São Paulo: Hucitec, 1989.
GOES, Roberto. Manual de
toxicologia do refino do petróleo. 2.ed. Rio de Janeiro: Petrobrás, 1991.
HATHAWAY, Gloria, Proctor, Nick, Hughes, James et al. Proctor and
Hughes”Chemical Hazards of the Workplace. 3. Ed. New York: Van Nostrand
Reinhold, 1991.
LOARINI , Lourival.
Toxicologia. 2. Ed. São Paulo: Editora
Manole, 1993.
LEITE, Edna et al. Monitorização Biológica de Trabalhadores Expostos a
Substâncias Químicas. Belo Horizonte: Ergo Editora, 1992.
MÍDIO, Antonio. Glossário de Toxicologia. São Paulo: Roca, 1992.
NETO, Jorge Riscos de Doenças Profissionais no Setor Metalúrgico. 2. Ed.
Belo Horizonte: Departamento Profissional dos Metalúrgicos, 1982.
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE LA SALUD, Enfermidades
Ocupacionales: Guia para sua Diagnostico. Washington, 1986.